quinta-feira, 21 de abril de 2016

Meus primeiros contatos com o Grego

Há não muito tempo, me dei conta da grande paixão que tenho acerca das línguas. Elas são únicas, belas, bem elaboradas, e mais importante: São nossas! Talvez a língua seja a única coisa que a gente possa dizer, com toda a certeza, que são algo completamente nosso. E pensar que a língua teve de ser desenvolvida há muitos anos atrás, me fez raciocinar sobre as primeiras surgidas. Certamente houve um grande processo que nos levou à criação de uma língua, nada surge da noite para o dia.

Mas as primeiras, as mais "rústicas", elas eram apresentadas em ideogramas! Não que os ideogramas sejam, em si, uma forma rústica de escrita, mas elas não são apresentadas de uma forma tão eficiente quanto ao alfabeto fonético, apresentado apenas anos e anos depois. Note que quase tudo que nós temos hoje, em nossas línguas, foram derivadas ou do latim ou do grego. Citando a resposta do meu professor de filosofia à afirmação do meu amigo de que "tudo nessa porr* veio do grego": "Não, não! Não é verdade! Algumas coisas vieram do latim também!".

Em um certo ponto de sua vida, você já estudou ou ainda vai estudar sobre a Grécia. E minha nossa, que lindo! É incrível estudar sobre "aqueles caras", eles me agradam em quase todos aspectos! Não somente eles em si, mas como também tudo aquilo que eles nos deram, sem falar dos inúmeros intelectuais que lá já nasceram. E é claro, a língua grega. Ah, língua grega, sua danada... Qualquer dia desses eu te pego!

Na verdade a minha paixão pelo grego surgiu antes da minha paixão pela Grécia. Estudo num colégio militar, e perante aos erros que você acomete lá dentro, você recebe um "impedimento". O que seria isso, mais necessariamente? Respondo-te antes que pergunte, meu caro: Impedimento é, de grosso modo, ir sábado para o colégio pagar uns trampos. É isso. Bem, certo dia não cortei o cabelo (parte do regulamento do colégio) e recebi um impedimento. Entretanto, naquela manhã, a punição que eles deram não foi copiar parte do manual, nem carregar livros da biblioteca até o pátio, Não, não, meus caros... Eu, juntamente a outros 20 alunos, tivemos que aprender hebráico e grego!

Enquanto eu escrevia tudo aquilo que o simpático soldado me ensinava, eu dava rápidas olhadas nas expressões cansadas e desesperadas dos meus colegas. Naquele momento entendi que nem todo mundo gosta de aprender novas línguas. Lá, eu era privilegiado. Aquilo, para mim, não foi uma punição, mas sim um prazer! Na verdade, ainda devo um agradecimento ao soldado- Afinal, foi ele que me direcionou ao poliglotismo.

Naquela aula só aprendi o alfabeto, algumas palavras básicas (assim como elas se transformaram ao longo do tempo, até chegarem a nós) e por fim, o contexto histórico em que tudo aquilo se originou. Foi impressionante. O soldado, digo, meu professor, estudou por toda a sua vida diversas línguas. Francês, italiano, grego, latim, hebráico, e por aí a lista segue, incansavelmente. Ele é algo que alguns gostam de chamar de superpoliglotas (6 línguas ou mais). E, interessantemente, é nele que me espelho todas as vezes antes de estudar para alguma coisa.

Enfim! É esse tipo de situação inesperada que mais nos agrada quando, em nossos momentos mais pensativos, voltamos ao passado. E se assim como eu você estiver interessado em aprender o grego, só lhe digo uma coisa, parçã: καλή τύχη! (Boa sorte)

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